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domingo, 5 de dezembro de 2010

Estrada imaginária.

De passo em passo, pulando para lá e para cá, ia lentamente seguindo o caminho linear que a estrada me mostrava. As árvores em minha volta, deixavam suas folhas já secas pelo fato de ser outono, caírem sem ao menos perder a sensibilidade rústica e sua tonalidade de marrom avermelhado, que combinava estreitamente com as folhagens intactas por todo o rumo. 
Quanto mais caminhava frente a essa estrada inacabável, mais eu acreditava que estava sozinho e sem saída, porém feliz e com a mente bem aberta para apreciar a paisagem que me encobria e sentir o aroma que o balançar das árvores forneciam. Era tudo tão calmo, ao mesmo tempo estranho. Havia me esquecido em como teria chegado ali. Onde estava antes de me deparar com esse lugar. As perguntas eram vagas, pois as respostas de que eu necessitava não tinha cabimento a mim respondê-las. Queria encontrar alguma alma viva, um coelho, um esquilo, ou até mesmo um alguém, que pudesse me fazer companhia e me mostrar qual era a finalidade de eu permanecer no mesmo lugar, mesmo estando em constante movimento. Por mais esperançoso que estivesse, nada aparecia, a não ser as folhas caindo vagarosamente chegando a cair no chão e aumentando a quantidade de seus vestígios empilhadas  nas partes externas da estrada. 
Depois de muito andar, acabei por si próprio deduzindo que aquilo, todo aquele ambiente, não se passava de uma ilusão o qual minha mente transfigurou para me libertar do mundo angustiante e atormentador que vivia enquanto permanecia nele. Acabara de desvendar o segredo que me mantinha no mesmo recinto. A chave para se ter a liberdade de se retirar dessa trilha, era nada mais, nada menos, do que patentear a minha memória revelando inteligentemente o enigma que escondia e que não sabia que abrigava. Dei mais cinco passos. Parei. Olhei por toda a minha volta e notei que as folhas haviam parado de cair. Olhei mais profundamente pelo caminho que se abria em meio as árvores e quando comecei a andar com passos apressados, em busca da luz que se exibia claramente em minha frente, em uma estância só, cai em um buraco que não tinha fim. A escuridão calou os meus olhos, fechando-os densamente. Cinco minutos depois. Tive a perspicácia de abri-los e acreditar de que tudo isso não se passara de um sonho coberto das mais sinceras quimeras. E que toda essa estrada imaginária, teve o propósito de que quando eu me perdesse no mundo, era só fechar os olhos e abrir a mente, que lá estaria ela, "as folhas caindo sobre o chão, as árvores ilesas e o caminho comprido, extenso, acobertado de enigmas e contingentes mistérios que só eu mesmo poderia encontrar e assoalhar. My imaginary road.

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