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quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

House of Sacrament.

Em uma casa de aparência tenebrosa, com sua tintura e revestimentos abolidos, vivia um casal e seus dois filhos. A família Wickeirs sofriam uma doença rara, que transparecia a psicose e a sede de matar. Essa enfermidade era descontada nas pessoas que necessitavam subsídio, ou apenas informações. 
O chefe da família, um senhor de mais ou menos 67 anos, tinha sua face e seu corpo dilacerado pela amigdalite, qualquer um que o vê-se saberia que algo de ruim o prejudicava fisicamente. A mãe, uma senhora de cabelos grisalhos com vestimentas antigas e sujas, passava a maior parte de seu dia na cozinha ou sentada numa cadeira de balanço do lado de fora da casa. Os irmãos gêmeos, Katherine e Sebastian, permaneciam fora o dia inteiro caçando animais e trazendo-os como refeição. Não havia bonecas e nem carrinhos, a não ser, móbiles feitos de ossos e decorativos feitos de sangue animal em seus quartos.
Naquele casarão não se ouvia uma palavra de amor ou aconchego. O que mais se escutava eram gritos ou risadas maquiavélicas. 
No dia 19 de Setembro de 1987, um casal desapareceu sem suspeitas e mesmo com grande investigação no caso, os corpos não foram encontrados.
"...A chuva corrompia sobre os vidros laterais do carro. Os pingos eram tão fortes que faziam uma atrocidade em toda funilaria. O casal que acabara de se casar e estavam em rumo a sua lua de mel, permaneciam completamente perdidos. Mas o pior de tudo, é que não sabiam sequer em que lugar do mundo estavam. Foi neste exato momento, que perceberam uma claridade enorme vinda de um casarão escondido dentre as árvores do acostamento. Sem pensar duas vezes, o homem preocupado e aflito, saiu bruscamente da estrada, o que o fez parar a frente da enorme casa. Os dois saíram do carro correndo, pois a chuva não diminuía a intensidade e ficava cada vez mais turbulenta. A mulher angustiada deu dois solavancos na porta da casa e aguardou esperançosamente alguém que pudesse abri-la. Mas mal sabia que ela e seu esposo estariam correndo grande perigo. 
A porta se abriu, um senhor cabisbaixo se encontrava a frente do casal. Os dois sem nenhum acanhamento perguntaram se podiam passar a noite ali ou se haveria um lugar por perto que eles pudessem descansar até que a tempestade acalmasse. Com o desabrochamento de um sorriso sarcástico, o velho apenas deu espaço para que eles entrassem. Acabara de dar inicio a mais um espetáculo de torturas..."
Recebendo tapas de leve em minha face acordei me perguntando aonde estaria. Estava com a visão adormecida, parecia que tinha sido drogada. Uma senhora e duas crianças estavam me prendendo em um tipo de maca, o que deixava todos os membros de meu corpo intactos. Tentava pronunciar alguma coisa, mas a minha boca estava colada. Desesperadamente, tentei virar minha cabeça em ambos os lados para ver se encontrava Jared. Como um tiro em meu coração, o vi totalmente despedaçado em uma maca ao lado da minha. Não podia ser ele, o homem com qual eu amava e havia me casado no mesmo dia. Mas o pentagrama  paralisado sobre o seu peito, fez com que eu percebesse que era ele. Tentei conter as lágrimas, mas o sentimento de tristeza e agonia perfurou a minha alma. Tentei forçar os meus lábios a se abrirem. Mas a dor era tanta que sentia a pele de minha boca despedaçando. Ainda com a visão aturdida, olhei para frente e vi quatro pessoas ao meu redor. Parecia uma família. Mas não tinham as características de uma normal. Pelo que eu podia enxergar, tinham a aparência deformadas. A mulher que estava a beira dos meus pés, estava com uma navalha retirando a pele de meus dedos. Mas não sentia absolutamente nada. Esforcei para manter meus olhos direcionados a mulher, mas não aguentei. Virei minha cabeça para o lado direito de minha face. Havia uma menina que tinha os olhos de puro odiosidade iguais os da mãe. Ela estava desfigurando o meu braço inteiro e com as partes dele estava criando uma boneca. O choro se nutria constantemente e enfraquecia ainda mais meus olhos. Desloquei meu crânio para o lado esquerdo. O tormento se mantinha em todo o meu entresilhado corpo. Ao invés de uma garotinha, se encontrava um menino. E em vez de ter o meu braço esquerdo, havia um respingado toco coberto de sangue. Endireitando minha visão ao máximo, compreendi que o meu braço estava sendo mastigado pelo garoto. Não tinha mais vida, jazia como o sustento daquela família. Chorando sem parar, as lágrimas escorrendo demasiadamente, não tinha mais escolha a não ser lamentar pelo começo e fim de meu casamento. E com todo esse cenário aterrorizante, uma luz clareou inexplicavelmente inalterando minha visão já embasada. Sem pensar duas vezes, olhei diretamente para esse brilho que me deixava lúcida. Mas com a sombra de um homem, ela se apagou inteiramente. Olhei para cima e vi uma alma masculina segurando um machado. Quando fui olhar mais atentamente, meus olhos se fecharam e a escuridão tomou posse de meu corpo, calando-me. 
Autores: Vinicios e Sarah Ramalho, brothers.


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